E se os computadores jamais tivessem sido inventados?

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É possível imaginar o século 21 sem os computadores? OK, você pode até se desvencilhar do seu micro pessoal em casa ou no trabalho. Mas existe vida sem toca-MP3, DVD, CD player, TV fina de alta definição, e-mail, celular, SMS, GPS? Só rememorar esse punhado de itens nos faz pensar em como a humanidade foi capaz de sobreviver tantos milhares de anos até que eles pudessem ser criados, todos eles com base na noção de circuitos integrados num microchip de silício.

Caramba, nem mesmo Star Wars (o original, de 1977) poderia ter sido feito! As cenas de batalha espacial do início da saga dependiam de uma técnica chamada motion control, em que câmeras eram controladas por computador (ainda que tudo bem tosco pelos padrões atuais).

Nos primórdios da informática moderna, quando o primeiro computador eletrônico foi desenvolvido – o famoso ENIAC, em 1946 -, ele ocupava uma imensa sala na Universidade da Pensilvânia, EUA, e muitos dos mais sabidos tecnólogos da época achavam que, exceto para aplicações militares avançadas, como quebrar códigos de criptografia ou calcular trajetórias de projéteis, ninguém poderia querer um trambolho daquele. Depois de sua aplicação inicial, o desafio foi aumentar a capacidade de memória e diminuir o tamanho. Conforme esse processo avançou, as máquinas invadiram o mundo civil. Primeiro nas grandes corporações e indústrias (numa arquitetura em que havia uma grande máquina central – o mainframe – e terminais espalhados pelo prédio), para agilizar, por exemplo, processos de contabilidade ou produção fabril. Depois, passaram aos veículos (primeiro espaçonaves e aviões, onde são mais críticos, mais tarde para todos os carros), até invadir nossas casas e, finalmente, nossos bolsos. Hoje, há computadores em toda parte. É difícil olhar para um canto onde não exista um, mesmo que você não consiga enxergá-lo lá. Agora imagine que os falsos profetas do passado tivessem razão. O que seria do nosso cotidiano depois de quase 70 anos, com o triplo de gente por aí?

Fonte: Revista Super Interessante
Autor: Salvador Nogueira